Escola em Londres quer adotar ‘uniformes neutros’ para meninos poderem usar saia

Há dez anos, colégio sequer aceitava a presença de meninas. Atualmente, alunos transexuais podem usar nome social.

dos mais famosos colégios particulares de Londres, a Highgate School planeja acabar com a divisão de “uniformes para meninos” e “uniformes para meninas”. O objetivo é acolher todos os estudantes e não constranger aqueles que questionam suas identidades de gênero. Na nova regra, garotos poderiam passar a usar saias – atualmente restritas apenas a alunas.

De acordo com o diretor do colégio, Adam Pettitt, todos os estudantes e seus pais estão sendo consultados sobre a nova proposta de uniforme. Alguns manifestaram estar receosos de que as mudanças influenciem o comportamento das crianças de forma negativa. Mas, na visão do diretor, é preciso questionar os padrões. “Se os meninos se sentirem mais felizes e seguros usando saias, vai ser uma boa medida”, afirmou em entrevista ao The Times.

Os trajes não seriam a única mudança. A partir da nova política da escola, “menos binária”, haveria banheiros neutros e esportes abertos a todos – sem a divisão de modalidades para meninos e para meninas.
Em junho, a Highgate School organizará um evento chamado “Adolescente em desenvolvimento”, que reunirá dezenas de escolas para discutir como os professores devem lidar com questões de gênero dos alunos. O debate é motivado por uma preocupação dos próprios docentes, que cada vez mais recebem crianças e jovens com dúvidas sobre o assunto.

Em 2016, mais de 2 mil alunos com menos de 18 anos procuraram a Gender Identity Clinic (Clínica de Identidade de Gênero) em Londres. Há 8 anos, quando o órgão foi fundado, apenas 100 frequentaram o local.
Histórico de mudanças

Há dez anos, a Highgate School começou a aceitar a matrícula de meninas – até então, era uma instituição predominantemente masculina. Atualmente, apesar de ainda haver divisão nos uniformes, os jovens transexuais podem ser tratados pelo nome que desejarem, caso peçam. Até o momento, seis estudantes já requisitaram ser chamados pelo nome social e um menino ganhou o direito de usar vestido para ir ao colégio.
LONDRES